Entretenimento Ultraprocessado

Lark

07 de janeiro, 2025

"Não se fazem mais filmes como antigamente!”, disse qualquer jovem-idoso millennial que viveu a infância na era dourada da Disney, assistindo desenhos que se tornaram clássicos imbatíveis como Rei Leão e Aladdin, e que está testemunhando a indústria enlatar mais uma versão live-action de algum desenho, ou o 6º volume de alguma franquia que um dia foi legal.

JORNALZINHO DA LARK EDIÇÃO #05 • JAN2024

 

 

Entretenimento Ultraprocessado

 

"Não se fazem mais filmes como antigamente!”, disse qualquer jovem-idoso millennial que viveu a infância na era dourada da Disney, assistindo desenhos que se tornaram clássicos imbatíveis como Rei Leão e Aladdin, e que está testemunhando a indústria enlatar mais uma versão live-action de algum desenho, ou o 6º volume de alguma franquia que um dia foi legal.

 

Ninguém mais aguenta isso. Quer dizer, talvez você aguente, não sei, deve até ter gente que gosta de todas essas coisas que estão saindo mundo a fora. Eu, pelo menos, não aguento mais isso. Parece que por trás de toda criação tem somente um objetivo: o maior lucro possível a qualquer custo. Ao custo da liberdade criativa dos roteiristas e artistas, ao custo da qualidade das obras, ao custo da saúde dos trabalhadores envolvidos… Não estou dizendo que antes não existia essa obsessão por lucro, mas… pelo menos o pessoal disfarçava melhor.

 

Tá, e porque eu estou fazendo essa reclamação gratuita aqui?

Porque eu acho que essa insatisfação com isso tudo acabou sendo um guia das decisões criativas que eu tomei pra esse ano.

 

Depois de terminar a história dos pássaros, muuuuita gente pediu continuação, mais volumes, spinoffs, etc. Alguns colegas chegaram a insinuar eu tinha que fazer uma continuação do Livro dos Pássaros, já que ele foi tão aclamado (e vendido). É claro que esses pedidos são como um elogio pra mim. Eu entendo que as pessoas querem mais porque gostaram muito da história e dos personagens. Eu gostei também, ainda gosto. E eu quero falar mais deles no futuro, sim.

 

Mas eu ainda não estou pronta pra escrever mais uma história de pássaros. Como eu disse no último jornalzinho, eu decidi encerrar a história deles na firma. Significa que uma continuação precisaria acontecer em outro contexto, com outros conflitos, outras tramas, outros tudo. E eu quero escrever essa história, mas eu ainda não achei ela. E eu senti que fazer uma continuação só pra aproveitar a onda do primeiro livro seria mais ou menos o que esses estúdios que eu critiquei agora a pouco estão fazendo: esticar coisas só pelo lucro.

 

Eu sei que um segundo livro dos pássaros venderia bem. Mas eu não quero só vender. Eu quero fazer algo de que eu me orgulhe, algo que vá tocar o coraçãozinho das pessoas como O Livro dos Pássaros fez. Eu respeito demais os meus leitores pra só enlatar uma continuação que não estava prevista, seguindo algum molde pré-pronto de narrativa porque eu não estou inspirada o bastante pra escrever algo que preste.

 

Então, sim, eu pretendo criar mais histórias de passarinhos. Eu tenho algumas ideias que me empolgam, mas que por enquanto estão bem cruas. Por enquanto eu estou me divertindo fazendo umas tirinhas e piadocas com os personagens no perfil da Corvo Mateus. E eu prometo que a próxima publicação dos pássaros, quando existir, não vai ser um entretenimento ultraprocessado, mas uma criação genuína que veio do coração!

 

E eu estou escrevendo o quadrinho sobre Chá agora. Que também está vindo do coração. Eu não sei como o público vai receber, não sei se vai vender… Eu estou fazendo ele porque eu quero, só. E, convenhamos, se fosse pra eu fazer o que eu não quero eu ia voltar pro CLT, né? ¯\_(ツ)_/¯

 

Metas do aspirante a quadrinista

 

Eu (ou melhor dizendo, o Leon) é um grande fã de metas. Eu praticamente obriguei todos os amigos que passaram a virada do ano comigo a escrever suas metas de 2025.

Então, se você não estabeleceu nenhuma meta pra esse ano ainda, e mais especificamente, se você é um entusiasta ou aspirante a quadrinista, eu vou deixar aqui algumas sugestões de metas para o ano de 2025:

 

 

L O J I N H A

 

Volta do Recesso

 

Nesse finalzinho/comecinho de ano a lojinha entrou em recesso - as compras continuavam funcionando normalmente, mas os envios foram pausados. Agora que o ano começou de verdade, retomamos os envios, então quem fizer alguma compra por lá vai ter o seu pedido embalado pra viagem no próximo dia útil!

 

E uma atualização que na verdade é só um lembrete: O prazo de entrega das pelúcias, e qualquer produto comprado junto com elas, é meados de março, a princípio.

 

 

C O M O   E S C R E V E R   U M A   H Q

 

Roteiro

 

O roteiro é a parte mais importante de uma HQ, na minha opinião. Mais do que toda a parte visual. Uma história bem amarrada, com complexidade, profundidade, bons personagens, bons diálogos, é que vale a pena ser lida. Um bom roteiro salva uma arte meia boca como uma boa arte jamais conseguiria salvar um roteiro meia boca.

 

Por isso também essa parte é talvez uma das mais complexas e exigentes. Exige pensar muito, passar cada cena da história em detalhes na sua cabeça várias vezes antes de colocar no papel, imaginar e meditar e refletir e……

 

Retrato de uma artista de quadrinhos trabalhando freneticamente

 

Como eu não consigo escrever nada que preste se eu não estiver inspirada, eu não posso desperdiçar nenhum desses momentos. Às vezes acontece de eu estar inspirada em horário comercial de um dia útil, em frente ao computador. Mas com muito mais frequência eu tenho boas ideias no banho, na rua, logo antes de dormir. Por isso no último ano eu procurei deixar sempre um caderno por perto, e eu escrevi de pijama e um tanto sonolenta muitas sequências de diálogo que eu não teria conseguido escrever em nenhum outro momento.

 

Claro que às vezes a gente precisa forçar estimular a criatividade e a inspiração. Uma técnica que eu usei foi fazer uma "teia de conceitos", ideia que eu roubei do Paulo Crumbim, no livro Andei. As minhas não ficaram tão… holísticas e simétricas como as do Paulo, mas isso me ajudou a conectar algumas ideias, e encontrar palavras pontuais que precisavam aparecer na minha HQ pra amarrar bem a história.

 

 

Bom, de resto, o roteiro é só escrever e escrever e escrever, até chegar no fim. Lembrando que muitas coisas vão ser mudadas na hora, quando estiver esboçando, mas mesmo assim é melhor tentar acertar ao máximo as falas, pensando no jeito de falar e agir de cada personagem.

 

 

 

Ah, logo menos eu vou começar a postar a história nas redes sociais! Então não esqueça de acompanhar por lá para ler as primeiras páginas!

 

 

C R I A T I V O

 

Teremos um hiato temporário nas poesias do Roberto para poupar tempo e neurônios da redação do jornalzinho.

 

 

Até a próxima!

 

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