Corvo Mateus
04 de dezembro, 2024
É o fim de uma jornada. Estou falando da jornada que foi inventar, desenhar, publicar e postar a história dos passarinhos trabalhadores. Como esse momento não pode deixar de ser um pouco emotivo, e já que estamos no final do ano, vou fazer uma breve retrospectiva dessa saga.
JORNALZINHO DA LARK | EDIÇÃO #04 • DEZ2024 |
É o fim de uma jornada. Estou falando da jornada que foi inventar, desenhar, publicar e postar a história dos passarinhos trabalhadores. Como esse momento não pode deixar de ser um pouco emotivo, e já que estamos no final do ano, vou fazer uma breve retrospectiva dessa saga:
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A história dos passarinhos já tinha ganhado muito mais corpo, e muitos outros personagens. O público começou a pedir o livro impresso, então eu sentei um dia para dar uma ordem coerente pra história, e foi aí que eu tive que tomar uma decisão muito importante e difícil:
Vou continuar sempre fazendo tirinhas soltas dos passarinhos por tempo indeterminado? Ou vou fechar uma narrativa e dar um fim pra história?
Dar um fim pra história significava que em algum momento eles sairiam da firma, teriam seu “final feliz”… e aí não fazia sentido continuar escrevendo a história deles. A firma acabou, a trama principal chegou ao fim…
Parte de mim queria continuar escrevendo as tirinhas pra sempre. Essa parte tem muito do apego com os personagens, mas também tem muito de um lado, como eu posso dizer? Um lado meio medroso, talvez. Se eu não escrever tirinha de passarinho, vou escrever o quê?
Uma outra parte de mim queria colocar um fim na história, e um bom fim. Porque era isso que os personagens precisavam, mas era isso que eu precisava. Eu tenho refletido sobre como quando a gente escreve uma história, ela em primeiro lugar é pra nós mesmos, que escrevemos. É pra curar a gente, pra encontrar uma resposta pra gente. Essa história fazer sentido e tocar o coraçãozinho de outras pessoas é um efeito colateral.
Então, eu acabei tomando a decisão de dar um final feliz pros meus passarinhos, como eu queria um “final” feliz pra mim, na minha recém adquirida vida fora da firma. Assim, em 2023 eu embalei e publiquei essa história, e fiz um financiamento coletivo semi-milionário que na época foi o 3º maior da história do Catarse, na categoria de quadrinhos.
(Eu tive meio milhão por menos de um dia, depois esse dinheiro foi todinho pra pagar fornecedores e correio 🥲)
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Quanto ao Livro dos Pássaros, o que eu posso dizer é que já estou preparando uma edição especial dele, que eu acredito que será lançada em 2025 ou 2026, quando esgotar a presente tiragem do livro. Essa edição será um pouco maior (vai incluir todas as tirinhas novas que eu fiz depois da primeira publicação dele), e espero incluir alguns extras também, um deles sendo um posfácio onde eu divago sobre os rumos filosóficos por onde eu enveredei na escrita da HQ.
L O J I N H A
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C O M O E S C R E V E R U M A H Q
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Bom, vamos falar de coisas mais práticas e menos subjetivas.
Para entrar no personagem e conseguir escrever ele com a sua própria personalidade e características, eu geralmente monto uma “ficha” de personagem, principalmente pra consolidar ele na minha própria cabeça.
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É meio difícil falar de construção de personagem sem parecer meio maluco, então vamos chutar esse balde de vez. Porque, depois de criar e desenvolver os personagens, isto é, quando você finalmente vai colocar eles na história, acontece normalmente uma outra coisa bem bizarra. É como se eles “ganhassem vida própria”:
Mesmo que num certo ponto você já tenha todas as falas e ações definidas, na hora de escrever o roteiro ou desenhar o storyboard/esboço, alguma dessas falas ou ações não vai parecer coerente com um personagem X. Isso em geral acontece quando a personalidade dele já está bem assentada pra você, e não tem como explicar. É um sentimento de que ele faria ou diria outra coisa. E aí você só… abre mão do controle… e deixa ele fazer ou falar o que quer que ele queira.
Nesse ponto, é importante confiar no personagem, e respeitar ele. Sim, mesmo que ele venha de dentro de você e você tenha 100% de poder e responsabilidade sobre tudo que ele faz. Eu disse que era um papo de maluco.
Bem, mas aqui temos então, oficialmente apresentado, o Martín, o protagonista da minha HQ nova. Ele é basicamente um pai de planta introvertido e recluso, que tem 1 missão: salvar uma das suas plantinhas (uma muda de chá) que está doente.
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M U N D O D O S Q U A D R I N H O S
Último evento do ano!
E é claro que tinha que ser a nossa famigerada CCXP. Que está começando HOJE (04/12) para quem for na Spoiler Night!
Eu vou estar todos os dias da CCXP - 4 a 8 de dezembro, na mesa I38 do Artist Valley. Aqui um mapinha pra se achar melhor:
E aqui um pequeno catálogo de coisinhas que vou levar:
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C R I A T I V O
Três dias mais no horizonte
Três goles dessa manhã sem ar
Eu bebo minha sina da fonte
Selo meu destino sem pestanejar
Ardis, artimanhas, astúcias
Não dobram um espírito afoito
Atenção! A pré-venda das pelúcias
só vai até o dia oito!
(pedimos desculpas por encaixar uma publi na poesia do mês, mas até um poeta precisa vender o seu peixe às vezes)
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Até a próxima!
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